Lobisomem, Neurociência e Psicologia

Lobisomem, Neurociência e Psicologia

Lobisomem, Neurociência e Psicologia: O Que a Ciência Diz Sobre Nossa Dualidade

Quando escrevi “Lua Cheia”, mergulhei fundo na complexidade da natureza humana, explorando os limites entre a razão e os instintos mais primitivos. A figura do lobisomem sempre me fascinou, não apenas como um elemento do folclore, mas como uma poderosa metáfora para a dualidade que existe dentro de cada um de nós. E é exatamente essa perspectiva que a Dra. Leila Pryjma traz de forma brilhante em sua análise, unindo a neurociência e a psicologia para lançar uma nova luz sobre essa dualidade.

Ao longo do tempo, muitas histórias buscaram explorar essa tensão entre o que somos e o que poderíamos ser, entre a civilidade e o instinto, entre a luz e a sombra. Mas como esses conceitos se traduzem no funcionamento do nosso próprio cérebro? Como a ciência pode explicar essa luta interna?

A Dra. Leila, com sua vasta experiência em neurociência, nos conduz por uma jornada fascinante, mostrando como o cérebro humano reflete essa dualidade, como nossos impulsos e emoções podem moldar nossas decisões e como podemos aprender a integrar essas forças aparentemente opostas.

Sem mais delongas, deixo vocês com a análise completa da Dra. Leila Pryjma:

A Dualidade Humana: Entre a Luz e as Sombras do Lobisomem

A lenda do lobisomem, presente em diversas culturas, serve como uma poderosa metáfora para a dualidade inerente ao ser humano. A figura do homem que se transforma em fera sob a luz da lua cheia ecoa a tensão constante entre nossa racionalidade e nossos impulsos mais primitivos. Sob a perspectiva da neurociência e da psicologia, podemos explorar essa dualidade, buscando compreender a complexidade da psique humana.

O Cérebro Dual: Razão vs. Emoção

Nosso cérebro, com suas diversas estruturas, abriga tanto a racionalidade quanto a emoção. O córtex pré-frontal, responsável pelo pensamento lógico e pelo controle de impulsos, contrasta com o sistema límbico, centro das emoções e instintos. Essa dualidade se manifesta na luta interna entre o que “devemos” fazer e o que “desejamos” fazer.

  • O “homem”: Representa o lado racional, a civilidade, a moralidade. É o córtex pré-frontal em ação, guiando-nos pelas normas sociais e pelo pensamento lógico.
  • O “lobo”: Simboliza os instintos primitivos, a agressividade, a impulsividade. É o sistema límbico, em especial a amígdala, que reage a ameaças e dispara respostas emocionais intensas.

A Psicologia das Sombras: O Lado Oculto da Personalidade

Carl Jung, renomado psiquiatra, explorou o conceito de “sombra”, o lado oculto da personalidade que contém nossos desejos reprimidos, impulsos inaceitáveis e características negativas. A sombra, assim como o lobisomem, emerge quando menos esperamos, desafiando nossa imagem idealizada de nós mesmos.

A frase de Ivy Jones, “… eu acredito que lá no fundo, dentro de cada homem que aparenta ser normal, há um monstro assassino tentando sair”, ecoa essa ideia da sombra. Todos possuímos um potencial para o mal, para a agressividade, para a violência.

A repressão desses impulsos não os elimina, apenas os oculta, tornando-os ainda mais perigosos quando emergem.

A Lua Cheia: O Desencadeador da Transformação

Na lenda, a lua cheia serve como catalisador da transformação. Na vida real, diversos fatores podem desencadear a manifestação da “fera” interior:

  • Estresse: Situações de estresse intenso podem sobrecarregar o córtex pré-frontal, permitindo que o sistema límbico assuma o controle.
  • Traumas: Experiências traumáticas podem deixar marcas profundas, reativando respostas emocionais primitivas em situações de gatilho.
  • Substâncias: O uso de álcool e drogas pode alterar a química cerebral, enfraquecendo o controle racional e intensificando os impulsos.

A Importância da Integração: Abraçando a Dualidade

A dualidade humana não precisa ser vista como uma batalha constante. A integração da sombra, o reconhecimento e a aceitação de nossos impulsos primitivos, é fundamental para o equilíbrio psíquico. Ao invés de reprimir o “lobo”, podemos aprender a canalizar sua energia de forma construtiva.

A lenda do lobisomem, portanto, nos convida a uma profunda reflexão sobre nossa própria natureza. Somos seres complexos, capazes de amar e odiar, de construir e destruir. A jornada humana é a busca constante pelo equilíbrio entre a luz e as sombras, entre o homem e o lobo que habitam em nós.

Prof. Dra. Leila Pryjma
Doutora e Mestra em Educação
Educadora e Neurocientista

Instagram: @leila.pryjma

Agradecimento

Meu sincero agradecimento à Dra. Leila Pryjma por essa incrível análise, que acrescenta uma nova camada de compreensão ao universo de “Lua Cheia”. Sua abordagem científica nos ajuda a enxergar com ainda mais clareza a profundidade da dualidade humana e os desafios de equilibrar razão e emoção.

Se você ficou intrigado com essa reflexão, convido você a conhecer mais sobre Lua Cheia e a mergulhar nessa história que explora os limites entre o homem e a fera. E para não perder nenhuma novidade sobre escrita e literatura, inscreva-se no Minuto do Escritor!

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